De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. 2 Pedro 1:16

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Espantosas letras

Que grande alegria tive quando li o último versículo do Antigo Testamento! Meio ano de esforço, de aprendizado... de leitura da palavra que o Senhor do Universo, por amor, nos transmitiu. Nalguns momentos me senti envergonhado: como conheço pouco da Palavra de Deus!! Noutros, meu coração bateu mais forte, lendo os dizeres de um Deus que, em parte, eu desconhecia, do Senhor que se entristece largamente com o pecado de seus filhos e que desaprova com juízo aterrador o mal, o Deus que está sempre intervindo e auxiliando a humanidade, o Deus que, acima de tudo, quer reconstruir a realidade do Éden. Agora estou mais do que ansioso para começar a estudar o ápice da narrativa bíblica, o ponto culminante da história humana, o momento em que o próprio Criador se faz criatura para alterar, de uma vez por todas, os rumos da saga do homem nesse mundo - o Novo Testamento.
O Antigo Testamento é, sem dúvida, peculiar e difícil de compreender à primeira vista. Confesso que tive alguns problemas com a primeira impressão de determinados textos, principalmente no baque inicial dos grandes juízos de Deus no Êxodo - por isso também compreendo o porquê de o Antigo Testamento ser pouco explorado na totalidade -, mas, na seqüência da leitura, vi que as atrocidades lidas faziam parte de um plano maior, que transpassa a esfera do momento e que trabalha em prol de uma causa final: todas as pestes, os ataques de felinos, as batalhas perdidas... serviram como semente ou suprimento para uma pequena planta que deveria crescer, ser cultivada com extremo - e até dolorido - zelo, para, sem a possibilidade de falha, chegar ao objetivo final, de frutificar. Sim, todo o acontecimento do Antigo Testamento, como uma corrente de eventos, acrescentou mais cerne, casca, galhos e raízes para a árvore que crescia, afim de chegar à maturidade com a vinda de Cristo e continuar se fortalecendo com a história da Igreja. No âmbito geral, vi um Deus de Amor.
O Antigo Testamento, partindo do ponto de que temos a opção ou não de viver e seguir a Deus, parece-me, à primeira vista, também um teste de fé: para conhecer e provar que você deseja o Criador, é necessário conhecer e se interessar pela Sua palavra, mas ela, em muitos momentos, colocará sua fé à prova, pois, superficialmente falando, o texto, volta e meia, é assustador. É aqui que a própria Bíblia te testa: se você realmente quer Deus, não pulará fora no primeiro impacto com um texto peculiar, mas irá procurar a compreensão daquilo, a razão, a necessidade do mesmo e, no fim da caminhada, verá se tratar de algo mais profundo do que aparentemente era concebido.

A Bíblia também, por si só, é uma ferramenta que promove a aplicação de sua própria teoria: o texto bíblico não está preocupado em argumentos científicos, em explicar exaustivamente todos os mistérios da humanidade e dela mesma, não. A narrativa bíblica é, geralmente, súbita e objetiva, muitas vezes nos fazendo colocar uma interrogação ao final de cada versículo, e é aqui que entra a beleza da Palavra: primeiro você precisa de fé para perseverar mediante as interrogações, depois você precisa, se assim desejar, correr atrás de respostas, de argumentos, de evidências -científicas, geológicas, paleontológicas, arqueológicas, literárias, filosóficas e históricas em geral. A Bíblia nos ensina, por sua própria natureza, a fazer aquilo que ela mesma relata ser um dos aspectos centrais da vida cristã: a perseverança - e o faz juntamente com um dos ensinamentos mais belos que podemos extrair de suas palavras: o processo é tão importante quanto o produto. Talvez o cristão cresça mais na busca por compreender o texto e encontrar a sua razão, do que na simples leitura do mesmo. Nessa questão ainda cabe mais sobre livre-arbítrio: como poderia o homem optar por não crer em Deus se a Bíblia respondesse, evidente e espantosamente, a todos os mistérios deste mundo?!
Outro aspecto que notei nas Escrituras é a sinceridade contida em seus textos. O Antigo Testamento, em especial, é constituído, em grande parte, por textos brutos, sem grande apelo estético e, evidentemente, sem interesse persuasivo - é aqui que entram a frieza e crueldade de alguns dos relatos que me espantaram no AT. Se o texto bíblico fosse forjado com o intuito de angariar multidões de fiéis, provavelmente seria mais agradável, omitiria os pecados de seus heróis, não apresentaria discrepâncias e, tampouco, conteria aparentes paradoxos. O detalhe é que, mesmo com textos tão pouco confortáveis, a Bíblia consegue fazer o que, analisando a sua natureza escrita, parece impossível: ser seguida por centenas de milhões. É claro que mais da metade desses não a conhece inteiramente e não a segue de forma integral, mas, ainda assim, o número de fiéis transpassa a razão do texto em si, do texto por ele mesmo... como? Há algo que vai além do que podemos compreender, há algo evidentemente espiritual por detrás do texto! Sim, o poder persuasivo da Bíblia, que vai além de sua natureza literária, só pode ser obra de uma mente que transpassa a capacidade humana, só pode ser fruto da ação do Único Deus. O avanço da Igreja em nossos dias, assim como em suas origens, ao meu ver, é fruto disso. O mais bacana é que essa obra tão espetacular, tem tudo para ser verídica! - Ou seja: como homens temos um tesouro de valor imensurável, de complexidade e poder incontável, e que descreve, sem titubear, o cerne da verdade e da razão de sermos e estarmos. Por que nos bobeamos tanto, sendo essa a ralidade óbvia?! O homem procura, da matéria sub-atômica aos confins do universo, as respostas para compreender-se, sem atentar para fato de tais respostas estarem num velho livro acessível a todos... A questão é que essas respostas são inconvenientes.
Bom, eu já argumentei em várias postagens quanto à certeza científica e histórica da Bíblia - "Ilusão", "Sucessão religiosa" e "Desafio Profético" -, mas ainda faltam coisas a falar, idéias a expressar, afim de fazer escassearem as fontes de argumentação anticristã. Creio que a Igreja de nossos dias precisa reaver o conhecimento, os fundamentos da fé, a razão para ser e fazer - tudo tem sido levado estritamente pela emoção, as pregações se resumem à prosperidade, alegria e boas ações, mas esquece-se da razão, dos alicerces da fé e é, também por isso, que a Igreja se reduz espiritual e fisicamente. Não, algo tão bom, algo tão eficaz, a verdade que concebo ser benigna e construtiva, que fez tão bem à milhões, que faz tão bem a centenas de milhões e que fará bem a outros tantos, não pode, simplesmente, ser lançada às traças, aos cães. É por isso que fiz esse blog e é por isso que estou escrevendo agora. Tendo em mãos 4 livros - As Grandes Batalhas da História, volume 1, edit. Larousse, Por que Confiar na Bíblia?, Amy Orr-Ewing, edit. Ultimato, Deus Existe?, Joseph Ratzinger (Bento XVI) e Paolo Flores d'Arcais, edit. Planeta, e Os Cristãos, Tim Dowley, edit. Martinsfontes - vou tentar transmitir-lhe uma idéia mais conclusiva sobre a veracidade bíblica, para além da própria singularidade do texto bíblico em si.

O Antigo Testamento como autêntico:
É difícil encontrar uma evidência derradeira em relação ao relato bíblico das origens do Antigo Testamento, dos tempos de Moisés, o maior responsável, segundo a tradição, pela confecção dos fundamentos de toda a fé, dos Livros da Lei, do Pentateuco, mas não impossível. Antes de tudo, uma das maiores evidências da autenticidade do Pentateuco são os seus reflexos na cultura judaica: nada do que existe é fruto do... nada. Se os judeus até hoje comemoram grandes festas, como a páscoa, e atribuem sua origem à eventos do Êxodo, então as probabilidades do Êxodo ser, de fato, verídico, aumentam, não largamente, mas consideravelmente. Por que?
A razão é simples: aquele que está nos últimos galhos de uma árvore, sem precisar olhar para baixo, há de deduzir que a copa, onde se encontra, só existe e só está ali porque, logo abaixo, há um caule robusto e, anteriormente, raízes profundas encravadas na terra. Os judeus dos dias de Cristo e dos dias atuais estariam como que no topo desta árvore, presenciando e exercendo uma religião que só estava ali hoje porque, no passado, eventos, nas raízes, foram grandes o suficiente para que ecoassem até o presente momento. Quanto à certeza histórica do Povo do Livro nos dias de Cristo, não há escassez de evidências, obviamente, enquanto que para seus ancestrais, à primeira vista elas faltam - mas isso só ocorre quando não temos a própria existência da "copa" como evidência derradeira do "caule" e das "raízes".
Se a tradição oral e escrita dos judeus atribui o festejo da páscoa, por exemplo, à libertação dos filhos de Israel da escravidão egípcia, então devemos atentar para a possibilidade disso ser verdade. O problema para o cético é no provar de, não sendo o resultado direto do evento verídico, a páscoa ser fruto de uma invenção, está na probabilidade, primeiro disso ter, de fato, tido espaço para ser forjado e, segundo, nas chances dessa invenção ter adquirido tamanha e cega aceitação da parte de um povo que aceitaria o Êxodo como alicerces de sua história, sem depender de tradição oral, sem depender de legado histórico, sem depender de evidência. Seria como alguém chegar hoje em sua casa, lhe falar que você - ou seu pai - veio do espaço numa pequena nave quando bebê, e você, mesmo com toda uma carga de vivência, de história, legado e evidência contrária, acreditar cegamente. Seria estranho, não? Da mesma forma, ninguém pode fazer um povo mudar toda a sua tradição, a percepção da própria história, do nada, com algo forjado, pois essa tal tradição e percepção original está aí por algum motivo sóbrio e bem embasado. Também não se esqueça: ninguém um dia, em remotos tempos, percebendo a ausência e necessidade, acordou com a vontade de criar um passado comum para uma série de aldeias e povos de determinada região e, tampouco, essa pessoa conseguiria fazer com que todos realmente aceitassem e acreditassem nisso.
A única e ínfima possibilidade de o Êxodo ter sido forjado, inventado, seria num período anterior aos registros escritos, pois seria difícil forjar algo enquanto a evidência escrita sugere outra coisa. Os preceitos da oposição se revelam extremamente falhos. Um povo que teve toda uma história de origem e desenvolvimento, transmitida oralmente -ou em tijolos de barro- no núcleo familiar, não pode, simplesmente, rejeitar todo o aprendizado e substituí-lo pelas idéias de um indivíduo ou um grupo de falastrões. Da mesma forma que uma flecha só vai para o Oeste quando o arqueiro a mira para tal direção, um povo só está rumando determinada vereda, se, no princípio, direcionou-se, de fato, por este caminho - e isso se aplica também à Criação, à crença universal no Dilúvio... Se o Êxodo está incluso como fato inquestionável da história de Israel, então, provavelmente, ele, de fato, aconteceu.

Vide algumas evidências sobre o Êxodo -fonte: Pessach-.

Primeiro: fonte da tradição judaica:

"1. Rabino Akiva Aaronson, the Foundation of Judaism, páginas 36-39 (adaptado) – Uma recapitulação histórica: a venda de Iossef, o início da escravidão do Egito, o assassinato de bebês judeus, a designação de Moshe para libertar os judeus, a recusa de faraó a resgatá-los e as dez Pragas consequentes da sua recusa, a saída dos judeus do Egito e o cruzamento do Mar vermelho após um período de 210 anos de escravidão.
Iaacov (Jacó) e os seus doze filhos estavam vivendo na Terra de Israel. O penúltimo irmão, Iossef (José), foi vendido pelos seus irmãos como um escravo egípcio. Após Iossef interpretar corretamente os sonhos de faraó e organizar reservas de comida para os sete anos de fome, ele foi nomeado vice-rei do Império Egípcio.
Uma vez que a fome afetou toda a área, Iaacov e a sua família foram forçados a viajar para o Egito para encontrar comida e se assentarem lá. Com isto, o período do exílio no Egito começou. Um novo faraó subiu ao poder e, vendo a família crescente de Iaacov como uma ameaça, ele os escravizou, submeteu-os a trabalhos forçados e ordenou o afogamento de todos os primogênitos judeus no rio Nilo.
Nesta época, Moshe (Moisés) nasceu. A sua mãe fez uma cesta de palha para ele e o colocou no rio Nilo. Ele foi resgatado pela filha de faraó e foi criado no palácio do faraó. Após ele ter sido forçado a escapar do Egito por ter defendido os seus irmãos escravizados, D’us apareceu para ele em uma profecia e o ordenou a voltar ao Egito para libertar o povo judeu da escravidão. Faraó recusou o pedido da libertação dos judeus e, no lugar disto, intensificou a escravidão dos judeus.
Através de Moshe, D’us executou as Dez Pragas no Egito, que revelaram a Sua existência e controle sobre toda a Criação. A última praga foi a morte dos primogênitos egípcios. Os judeus, que agora totalizavam 2,5 milhões de pessoas saíram para a liberdade na manhã do dia 15 de Nissan no ano 2.448 – a 3.300 anos atrás – após 210 anos de escravidão. D’us milagrosamente abriu o Mar Vermelho para os judeus, salvando-os da perseguição dos egípcios, que se afogaram. Seis semanas depois, os judeus chegaram no Monte Sinai, onde D’us deu os Dez Mandamentos, e Moshe recebeu a Torá Escrita e Oral.

Fontes seculares:
2. Rabino Lawrence Keleman, Permission to receive, páginas 98-100 – o próprio fato que o povo judeu tenha registrado a sua história desagradável de escravidão e opressão é uma outra evidência que estes fatos realmente aconteceram.
O historiador J. W. Jack expressa os sentimentos de muitos estudiosos na sua afirmação que “é muito improvável que qualquer povo coloque em primeiro plano nos seus registros históricos uma experiência de sofrimentos e escravidão em um país estrangeiro, a menos que esta tenha sido uma parte verdadeira e essencial da sua vida nacional.” Realmente, colocando de lado a questão do nascimento do povo judeu por um momento, é difícil citar qualquer povo que tenha estimado uma escravidão fictícia, considerando-a como parte da sua mitologia religiosa ou política. (Os faraós nem sequer registraram acontecimentos verdadeiros que refletiam mal na sua destreza militar ou na sua imagem internacional.)

3. Ib., páginas 101-105 – os historiadores e os arqueólogos seculares oferecem evidência arqueológica externa que confirma a escravidão egípcia e as Dez Pragas.
Dr. Kenneth Kitchen é o tradutor do Pergaminho do Louvre, um rolo egípcio que remonta o período da escravidão israelita… O Pergaminho de Louvre relata que “grupos de trabalhadores eram levados pelos capatazes nomeados pelo seu próprio povo,” assim como os escravos hebreus apresentavam-se diretamente diante dos supervisores hebreus que, por sua vez, tinham chefes egípcios (Shemot 5:14).
O Pergaminho indica que cada trabalhador tinha que produzir uma cota de tijolos por dia (2.000), uma ideia expressa em Shemot 5:6-19. Finalmente, o Pergaminho afirma que os escravos podiam solicitar uma folga para observar as festas religiosas, o que torna o pedido de Moshe em Shemot 5:3 plausível…
O historiador William Allbright apresenta o seguinte resumo da evidência da escravidão: “Nós devemos nos conformar com a convicção que não há mais lugar para a postura ainda dominante de crítica excessiva em relação as tradições históricas antigas de Israel.” Jonh Bright concorda: “A tradição da escravidão israelita no Egito é incontestável…”
Dr. Ronald Redford, professor de estudos do Oriente Médio da Universidade de Toronto, nos conta sobre um “fragmento de um diário preservado … [que] registra os eventos que levaram a queda do Aváris,” a capital do Egito próxima a bíblica Goshen [veja Shemot 8:18]. O autor do diário reclamou Calendário Judaico 4 que “a escuridão cobriu os céus do oeste… e durante vários dias, nenhuma luz brilhou.” Redford confessa que “a semelhança impressionante entre esta tormenta catastrófica e algumas das pragas tradicionais [ou seja, a praga da escuridão] parece ser mais do que uma simples casualidade.”

No acervo egípcio do Museu de Leiden, Holanda, há um antigo papiro egípcio que foi traduzido para o Inglês pelo egiptólogo Alan Gardiner e recebeu o título de Admonitions of an Egyptian Sage (Repreensões a Um Sábio Egípcio). O papiro descreve um estado de desolação e destruição e, na opinião de Gardiner, isto é um relato da destruição que ocorreu no Império Egípcio Antigo. Seguem abaixo resumos de alguns exemplos:

4. Ioshua Etzion, the Lost tanach – descobrimentos arqueológicos apresentam uma confirmação externa das Dez Pragas.
Admonitions of an Egyptian Sage (Repreensões a Um Sábio Egípcio), aproximadamente 1.300 antes da Era Comum, Museu de Leiden, Holanda.

Papiro: Pragas por toda a terra, sangue em todo o lugar… (p. 2, linhas 5-6).
Torá: Moshe levantou o bastão… e toda a água que estava no rio se transformou em sangue (Shemot 7:20).
Papiro: O rio é sangue, os homens estão sedentos de água… (p. 2, linha 10).
Torá: E o Egito não podia beber a água do rio (ib.7:21).
Papiro: Todos os animais choram nos seus corações, o gado muge (p. 5, linha 5).
Torá: A mão de Deus está no teu gado que está no campo… uma epidemia severa (ib. 9:3).
Papiro: Realmente, tudo o que se via ontem está em ruínas; a terra ficou como após a colheita de linho (p. 5, linha 12).
Torá: Estenda a tua mão sobre a Terra do Egito para a multidão de gafanhotos… Não restou vegetação nas árvores ou na grama do campo em toda a terra do Egito (ib. 10:12-15).
Papiro: As prisões foram destruídas [e os escravos foram libertados]; havia um grande protesto no Egito… (p. 12, linha 12).
Torá: Foi à meia-noite que Deus golpeou todo primogênito… e havia um grande protesto no Egito… [Faraó] disse: “Levantem-se, saiam em meio do meu povo!” (ib. 12:29-31)."

Outra descoberta acerca da estadia de Israel no Egito está nos achados moedas egípcias com o símbolo e o nome de José, que é incomum a cultura egípcia. Essas moedas datam do período em que se concebe ter vivido o governante bíblico José. Além do retrato de José, há uma moeda que remete ao sonho do faraó, contendo 7 vacas magras e 7 vacas gordas. O interessante é que não é qualquer José do Egito que apareceria em uma moeda, apenas um José realmente importante - e não creio que tenham habitado muitos "josés" governantes na terra do Egito. Fonte: TB.
Ha ainda outras evidências sobre o período anterior, contemporâneo e posterior ao Êxodo e sobre estes eu já escrevi noutras postagens. A questão é que a própria razão da história de Israel e de outras nações da Palestina depende da saída e do retorno dos hebreus em Canaã. Se alterarmos essa verdade histórica, temos que modificar o formato original de todas as peças do quebra-cabeças palestino, que se encaixam perfeitamente segundo o relato bíblico. No final das contas, a evidência arqueológica das 10 Pragas e de José remete a dois dos mais importantes heróis da fé no Antigo Testamento: Moisés e Abraão. Se as Pragas foram lançadas e os escravos hebreus saíram do Egito, o relato bíblico ganha força e, seu líder, Moisés, igualmente. Se José existiu e governou no Egito, então, provavelmente, seu pai, Jacó, seu avô, Isaque, e seu bisavô, Abraão, também existiram. Os fundamentos do Antigo Testamento se estabelecem com poder.

E quanto aos profetas? Já falei sobre Isaías outrora, mas creio que há uma evidência arqueológica muito maior em Daniel, até porque seu livro apresenta uma narrativa histórica mais ampla do que o de Isaías. Vejamos:

1º) Evidência da idade: com base nos cercos babilônicos e na razão histórica da Bíblia, tem-se como livro escrito por Daniel em cerca de 530 a.C. Há um livro completo de Daniel e outros fragmentados em Qumran, fazendo parte dos famosos Manuscritos do Mar Morto, datando de cerca do séc II a.C., mas imagina-se que este livro não fora escrito neste período, sendo tais manuscritos cópias do original, com base nas línguas que o compõem: hebraico e aramaico - o aramaico indica o Exílio Babilônico -, além disso, sabemos que no séc. II a.C. a cultura e a língua grega predominava da Europa até os confins do Oriente-Médio, enquanto o livro de Daniel apresenta apenas três palavras gregas, indicando ser anterior à Alexandre Magno.
2º) Nomes: em 1853 encontrou-se no templo de Nabonido, Ur, uma inscrição peculiar em uma pedra angular, dedicada a "uma" divindade -grande semelhança com a narrativa bíblica:
"Não peque eu, Nabonido, rei da Babilônia, contra ti. Perdure reverência por ti no coração de Belsazar, meu primogênito, filho favorito“.
Em 1924 fora encontrada a Crônica de Nabonido que concorda com o relato bíblico, dizendo que tal rei se retirou e deixou Belsazar no seu lugar.
3) Escritores e conquistadores: Josefo, antigo historiador judeu, relata que Alexandre, O Grande, quando chegou à Jerusalém, foi apresentado a uma cópia do livro de Daniel e que o próprio imperador chegou a conclusão de que tal livro relatava o sucesso de sua campanha militar contra a Pérsia - o que se cumpriu. Isso aconteceu mais de 150 anos antes da suposta falsificação sugerida pelos críticos. Essa evidência é reforçada pelo apócrifo histórico Macabeus.
Se o livro de Daniel realmente tem a idade que se sugere, então suas profecias cumpridas posteriormente só podem ser resultado da ação divina. Também há a certeza de que o relato é, realmente, contemporâneo a alguns dos famosos reis relatados no livros, como Nabucodonossor, Dario e Ciro. Se isso tudo é fato, então os contemporâneos de Daniel também devem sê-lo, como Ezequiel. Daqui entramos numa seqüência de ligações que acabam por provar que o Antigo Testamento inteiro é verídico.

De qualquer forma, por volta do séc. V a.C. a Torá da forma como ela é já era reconhecida por todos os judeus e em 165 a.C. já se sabe que o restante do Antigo Testamento, como o conhecemos, já estava formado e sendo seguido. A opinião geral dos judeus, desde então, apontava como sagrados todos -e somente- os livros que até hoje compõem o AT.
A história da humanidade, no caso da Era Antiga, é paralela e se encaixa perfeitamente ao relato bíblico e é para tal que usarei o livro "As Grandes Batalhas da História, 1". Há algo engraçado nisso tudo: todas as grandes potências que surgiram no Oriente-Médio, norte da África e Europa durante o período do Antigo Testamento, estão inclusas na narrativa bíblica - e as potências posteriores, no Período de Silêncio (entre o AT e o NT), citadas em profecias. Egito, Assíria, Fenícia, Babilônia, Pérsia, em ordem e relatadas conforme suas reais posturas e culturas - o interessante é que todas as cidades e povos em que há profecia de destruição, realmente foram destruídos! No livro que estou analisando agora há relatos dos cercos babilônicos entorno de Israel, das ações egípcias na Palestina nesse mesmo período... Na página 14 fala-se da conquista Assíria da Babilônia e da hostilidade babilônica no período de dominação, assim como o seu revanche em 621 a.C. - o próprio livro cita a passagem bíblica que considera a queda de Senaqueribe como juízo de Deus. Na página 16 fala-se de como o rei Nabucodonossor tomou Jerusalém, em 587 a.C. O texto fala de Judá, do rei Joaquim, das jogadas políticas entre Israel, Síria e Egito, relata os 3 Cercos Babilônicos, o Exílio, o profeta Jeremias, o Templo de Salomão... como sendo - e são -, eventos, lugares e pessoas reais e que se enquadram decisivamente bem na história da região - e do mundo.
Segue uma lista, para finalizar essa questão, de alguns dos maiores achados da Arqueologia Bíblica -Wikipedia:

§ As cavernas de Qumrán descobertas em 1947 por beduínos e cujas escavações iniciaram-se em 1950.

§ Entre 1962 e 1963 foi encontrado o Papiro de Wadi Daliyyat, conhecido pelo Papiro de Samaria, da época persa.

§ Em 1964 foi descoberto o Papiro de Ketej-Jericó da época persa-helenística.

§ Em 1991 foi descoberta a chamada Tumba de Caifás.

§ Em 1993 foi descoberta a Estela de Tel Dan:Trata-se duma pedra de basalto escuro que menciona a "Casa de Davi", com a inscrição bytdwd, (byt casa dwd Davi).

§ Em 1996 foi descoberta a inscrição de Ecrom (Tel Mikné) contendo o nome da cidade filistéia de Ecrom e uma lista dos seus reis.

§ Em 1997 foi descoberto o antigo monastério de Katisma.

§ Em 1998 foi descoberta a Sinagoga de Jericó datada do ano 75 a.C. (Ehud Netzer).

§ Em 2001 foi descoberta a Estela de Joás, rei de Judá.

§ Em 2007 foi encontrado o túmulo de Herodes.

Voltando ao conceito da "copa da árvore", entendemos melhor a razão do cristianismo. Se Jesus citou profetas do Antigo Testamento, se Jesus falou da Lei, se Jesus conhecia as Escrituras, estando na "copa da árvore", há de se conceber que aquilo que falava é confiável e, à partir de sua própria existência como o Cristo esperado no AT, constatar a validade do mesmo. O AT comprova Cristo e Cristo comprova o AT. É óbvio que o movimento cristão começou há cerca de 2000 anos, pois há evidência histórica e se, como cristãos, estamos aqui hoje, na "copa da árvore", então havemos de pensar em suas origens para antes da Era Cristã. A razão é a seguinte: se o cristianismo teve um começo, então ele teve um iniciador e só começou porque outra coisa existia antes. O judaísmo abriu espaço ao cristianismo, no qual o único e maior líder que se pode considerar nas origens é Jesus Cristo, citado por historiadores da época.
A questão fundamental é que, se os cristãos atribuíam sua fé a um homem que ressuscitou dos mortos, então, provavelmente, este homem existiu, foi visto e tocado, provavelmente fez coisas grandiosas e capazes de cativar profundamente aqueles que estiveram ao seu lado, pois, como já disse, ninguém acorda de manhã com a idéia de criar uma história de alguém, afim deste alguém inventado se tornar pai de uma religião, assim como ninguém vai, de um dia pro outro, passar a crer cegamente que existiu um homem que fez coisas grandiosas, se tal pessoa, supostamente contemporânea ao fiel, de fato não existiu e nada fez - e ninguém vai abrir mão de uma religião ancestral, de uma espera sincera pelo Messias e desafiar todo um sistema religioso, cultural e político porque alguém, um dia, bateu na porta de sua casa dizendo mentiras escancaradas. Agora, se milhares se tornaram cristãos quase que instantaneamente depois da morte de Cristo, então algo muito especial, de fato, aconteceu.
Creio que um dos argumentos mais fortes que posso desenvolver para comprovar a veracidade da fé cristã está nas suas origens. Lembro de ter lido no jornal Zero Hora meses atrás, ter visto um documentário sobre o Santo Sudário no History Channel, um título da revista Superinteressante e etc, afirmando que Cristo realmente existiu, o que já é consenso quase geral, devido à evidência arqueológica direta e indireta -direta: referente à provas do relato bíblico e indireta, pelo fato de o movimento cristão ser realmente baseado num fato e nalguém relevante. O livro "Os Cristãos" começa falando de camponeses brutos e incultos de Jerusalém que, por volta de 36 d.C., começaram a pregar sobre a ressurreição do Messias - logo esses homens e mulheres marginalizados foram considerados membros de uma seita infrutífera, até porque o nome "cristão" tem origem pejorativa. Apenas três séculos depois a mensagem do Cristo, transmitida por uma parcela ínfima e pobre da sociedade judia, seria declarada fundamento religioso do Império Romano.
É aqui que tropeça a crítica ao cristianismo, dizendo que fora algo forjado: se fosse da vontade de uma elite que a fé cristã, forjada, tomasse o poder, não teriam sido alguns homens e mulheres pobres seus primeiros divulgadores, pois a cultura da época desacreditava mulheres e pobres camponeses. Se, de fato, algo fortíssimo não tivesse acontecido e os seguidores de Cristo estivessem todos loucos, a fé cristã não teria se expandido de forma tão poderosa, enfrentando exércitos, religiões milenares, culturas pagãs e sistemas políticos, pois, pouco mais de 60 anos depois de os primeiros cristãos terem subido em tribunas improvisadas para pregar, já havia forte presença cristã em toda a Palestina, na Grécia, na Ásia Menor, no delta do Nilo, na região de Cartago e nas proximidades de Roma.

No livro é relatado como evento histórico o Dia de Pentecostes, quando a Igreja começa de fato, também fala-se do apóstolo Paulo, seus companheiros e discípulos como figuras reais, assim como os demais apóstolos - e por que não? Se não fosse um movimento forte e com liderança extremamente fiel, por que o Império Romano teria se preocupado tanto em perseguir os cristãos?

Outro dia entrei na basílica de Gramado, uma famosa igreja de pedra, e dei uma olhada num quadro pendurado perto da entrada: uma seqüência sem lacuna de todos os papas da história da Igreja Católica e, para minha surpresa, lá estava o apóstolo Pedro, como primeiro da lista. Logo me veio a consideração: se Pedro está no começo de uma lista baseada em registros do papado de Roma, então, temos, muito provavelmente, uma evidência concreta de que ele realmente existiu e liderou a igreja de Roma. Se Pedro existiu e liderou a igreja em Roma, então, sem titubear, no remetemos a própria existência de Cristo! Pois o apóstolo não seria cristão e, tampouco, líder de igreja, sem seu grandioso mestre. Também há evidência da existência física do apóstolo João nos Pais da Igreja, segundo um trecho que li na página 25 do livro "Os Cristãos": "No ano 180 d.C., Irineu (que fora instruído pelo mártir Policarpo, o qual por sua vez fora discípulo do apóstolo João; Irineu, podia, assim, traçar sua linhagem até os tempos apostólicos)"
Os Pais da Igreja sabemos terem, de fato, existido, pelo resultado de seu trabalho, pela necessidade de liderança da Igreja Primitiva, pela sua influência entre os cristãos do período, pelos seus escritos e pelo seu trabalho ao definir os alicerces de nossa teologia atual. Os apóstolos podemos considerar como existentes partindo do ponto de que eles fizeram exatamente a mesma coisa que os Pais da Igreja, são citados pelos mesmos e tiveram ligação com eles, alguns sendo, até mesmo, contemporâneos. É muito mais fácil considerarmos os autores do Novo Testamento como reais, sabendo que há mais de 24 mil manuscritos com seus nomes, do que filósofos gregos, e suas parcas evidências. Vale, também, ressaltar que nos escritos dos Pais da Igreja há mais de 86 mil citações do Novo Testamento.
A canonização do Novo Testamento: à princípio, as igrejas fundadas pelos apóstolos e outros pregadores, não se viam grandemente abaladas por heresias: era de consenso geral quais as cartas e livros da Boa Nova de Cristo que eram inspirados ou não. Diz-se - e eu constatei - que a própria leitura de livros não-inspirados evidenciava sua natureza, sendo ela diferente daqueles tidos como inspirados. Quando o número de apócrifos começou a crescer e grandes movimentos hereges surgiram, foi decidido que deveria haver um poder central na Igreja a definir, de uma vez por todas, quais os livros inspirados e não-inspirados, pois qualquer um, até então, tinha o poder de decidir o que considerava parte do cânon ou não. Os Pais da Igreja tiveram tal iniciativa, assim como tal autoridade: os Evangelhos foram selecionados segundo as semelhanças - os que entrassem em grande atrito com aqueles de quem se sabia autoria, eram descartados, assim como aqueles que apresentassem relatos decididamente absurdos, o que coube também para cartas. A verdade é que o resultado dessa canonização não fez nada além de reforçar a idéia e os livros que já eram consenso geral. Os sínodos de Hipona (393 d.C.) e Cartago (397 d.C.) oficializaram o Novo Testamento da forma que o temos hoje.
O detalhe interessante é que os apócrifos, não aceitos na Bíblia da Igreja Primitiva, foram inclusos na Bíblia Católica apenas 16 séculos depois de Cristo, ou seja: não foi a Igreja que decidiu tirar os apócrifos da Bíblia para evitar seu conteúdo incômodo, foi o seu conteúdo problemático e autorias duvidosas que fizeram com que a Igreja ficasse 1.600 anos sem aceitá-los, para, então, apenas a parte católica deste história, decidir, tardiamente e sem boas razões, por sua canonização.
Abraão existiu. Moisés existiu. Daniel existiu. Davi existiu. Jesus existiu. Pedro existiu. Paulo existiu. Os Pais da Igreja existiram. Então é mais do que provável que o Deus que esteve ao lado de cada um desses heróis da fé, também existiu. Há uma força colossal se movendo, uma força maior e extremamente poderosa em conhecimento, sabedoria e poder, para unir, numa mesma seqüência narrativa, embasada lógica e racionalmente, figuras tão distantes na história. Vale lembrar que se estas pessoas existiram, então, provavelmente, seus milagres, seus feitos espirituais relatados, não só por eles, mas por outros, também ocorreram - o que, diretamente, aponta para a existência de Deus! A Bíblia, então, pode ser tida apenas como obra divina!!! - Você pode ler mais sobre isso nas postagens: "Perdidos no pântano", "Apologia ao suicídio", "Por que se opor?" e "Mente invertida".

Tudo bem, eu trouxe uma série de argumentações provando que, pelo menos, a Bíblia é histórica e que, no mínimo, por muita sorte milagres incontáveis aconteceram e estão relatados nesse tal livro histórico. Mas isso não tem um grande valor se, segundo o relativismo, não existe religião certa e o cristianismo não é superior a nenhuma outra fé, por isso, está na hora de falar sobre as outras religiões, não com o desejo malévolo de atacá-las e destruí-las, mas com base no amor cristão de transmitir a verdade sobre a salvação de Cristo.
Lendo a postagem "A Razão", você entenderá o meu ponto de vista sobre a necessidade inviolável de uma Verdade Absoluta, de um só Deus a criar o Universo de uma só maneira e para um só propósito - os fundamentos desse meu pensamento você lê na postagem "Pelo que Luto" e "A Opção".

A idéia de um Deus Criador do universo material, exige um Deus maior e superior à matéria que conhecemos -Causa-e-efeito. UM SÓ DEUS. Isso exclui religiões tribais politeístas com base em deuses materiais. O Deus verdadeiro não pode fazer parte do mundo, não pode ser o mundo, pois Ele não deve se limitar à matéria que criou, Ele não pode ser menor do que sua criação - e entendemos que o Universo precisa ter sido criado -"Geocentrismo"-, portanto, exclui-se toda a espécie de panteísmo e animismo. Sobra-nos um leque muito limitado de religiões.
Há alguns aspetos que devemos analisar como critério para tais religiões: só UMA Causa, origem, indica só UM Deus eterno e todo poderoso e isso nos remete a ORDEM, não caos, até porque o que vemos em nós, como seres humanos, e no Universo, é ordem. O Único Deus, o Senhor de Tudo, o criador da Vida, também precisa ter uma proposta para a vida. O Deus Soberano, Rei dos reis, além de tudo isso, precisa ter uma proposta universal, pois é muito improvável que a religião verdadeira se encontre no meio de uma selva, sendo partilhada apenas por algumas centenas de pessoas e com características que a sufocam e impedem de ser praticada fora de seu berço - creio ser bem mais viável que a religião verdadeira, cujo mentor é o Deus Único, seja uma daquelas que retumba com poder do topo da Terra, fazendo tremer até seus fundamentos. O Deus único e eterno também é imutável em Suas idéias e infalível. O Deus único, por fim, pode ser reconhecido ao longo da história humana. Deixe eu listar algumas das maiores religiões do mundo e ver se passam pelos crivos -algum embasamento no livro "Por que confiar na Bíblia?":

Hinduísmo:
-Caráter geográfico: local. Sua proposta se limita ao subcontinente indiano, já que o Ganges é o centro da religião. Seus membros são apenas indianos, pois ou se nasce ou não hindu.
-Proposta para a vida: não trabalha em prol da vida, à medida que estimula a escravidão, não atenta para medidas sanitárias adequadas e não apresenta nenhum sentido para a vida (assim como o budismo).
-Panteão: possui mais de 300 milhões de deuses e deusas.
-Livro sagrado: 1.017 hinos longuíssimos, divididos em 10 livros, além de onze poemas. São difíceis de entender e interpretar.
-Paralelo histórico: os contos hindus, assim como nórdicos e gregos, estão à-parte da história humana e é quase impossível encontrar suas ligações com eventos históricos.
-Unidade: não existe uma ligação evidente entre o panteão hindu, não existe uma ordem comum.

Islamismo:
-Caráter geográfico: universal, de forma parcial. O islamismo não aceita outras culturas, precisa varrê-las para se instalar. O Alcorão não pode ser traduzido para outra língua, que não seja o árabe. Isso a limita nesse critério.
-Proposta para a vida: muito do padrão sanitário islâmico deriva de seu apego à Torá e à Lei. Há um sentido para a vida, sendo ela, Eterna. Há, porém, a alusão à violência, incentivo escrito ao ato de matar os inimigos de Alá.
-Panteão: monoteísmo, Alá.
-Livro Sagrado: Alcorão, de natureza difícil de compreender, como se Maomé o tivesse recebido por psicografia. Não retrata um deus que quer fazer-se entender pela humanidade, mas um deus que, estranhamente e ingenuamente, espera que a humanidade consiga entendê-lo.
-Paralelo histórico: combina com o Antigo Testamento, o Novo Testamento e os acontecimentos da Era Cristã.
-Falhas:
*Quando Maomé viajava pelas cidades citando sua obra, ficavam para trás anotações feitas pelos escribas que, depois, eram unidas e formavam livros. Isso tornou os primeiros alcorões muito distantes entre si, o que fez com que, por intermédio do califa Uthman, todos os alcorões fossem queimados e apenas uma única e unificada obra fosse distribuída. Acontece que em 1972 foram achadas milhares de páginas de antigos alcorões sobreviventes, os Fragmentos do Iêmen. O resultado da análise de 15 mil páginas culmina na percepção de largas variações de interpretação, mudança na ordem dos versos e lacunas, apresentando o Alcorão como obra menos consistente do que hoje se prega.
*A verdade é que, originalmente, o Alcorão possuía tantos erros de escrita que a língua local tivera que ser alterada para torná-lo aquilo que afirmava ser: fruto direto da mente do soberano deus, Alá e, portanto, infalível. Observação: há manuscritos da Bíblia, copiados por escribas, que possuem erros, além de textos intrigantes, porém a Bíblia nunca alegou ser única e exclusivamente um livro divino, mas, além de divino, permite-se ser um livro humano: escrito por homens inspirados por Deus, mas limitados por sua humanidade.
*Maomé muda de discurso no decorrer de confecção do Alcorão: começa amigável para com judeus e membros doutras religiões e, conforme a religião cresce, altera para um discurso agressivo.

-Implicação do uso do Antigo Testamento: o Antigo Testamento foi totalmente projetado por Deus para a vinda de Cristo, O Messias. Todas as profecias messiânicas cumpridas descaradamente mostram Jesus de Nazaré como Messias. Os islâmicos o consideram apenas um profeta, ignorando toda a vasta evidência. Não há profecia alguma que se enquadre em Maomé.

Cristianismo:
-Caráter geográfico: Universal. A Bíblia pode e deve ser traduzida para as mais diversas línguas e culturas. O cristianismo tem a proposta de tomar a Terra. A Bíblia foi escrita por mais de 40 pessoas das mais variadas classes sociais, em três continentes, em várias línguas e por mais de 1600 anos, o que a torna um livro quase que atemporal em sua mensagem, aplicável à toda a espécie de época, cultura e indivíduo. O Deus cristão usou de homens, segundo as limitações dos mesmos, para transmitir a sua mensagem, pois Ele queria fazer-se entender pela humanidade - e o sucesso é evidente.
-Proposta para a vida: tudo gira entorno do amor aos cristãos e não-cristãos, há vastas regras sanitárias, há larga preocupação com a vida, com aquilo que interessa a Deus e ao homem. No final, com a morte de Cristo, as portas para a Vida Eterna estão abertas.
-Panteão: apenas O único, eterno e onipotente Deus.
-Paralelo histórico: é possível traçar uma linha do tempo coerente do relato bíblico com a história "secular" - a própria narrativa bíblica está servindo de fonte para uma melhor interpretação da história do mundo.
-Unidade: o texto bíblico, embora escrito por pessoas que, geralmente, desconheciam umas as outras, distantes temporal, cultural e geograficamente, apresenta uma unidade incompreensível, impossível de compreender sem considerar a mente do Deus Eterno por detrás de todo o processo -O Autor. O estilo literário ímpar em cada período e autor indica que Deus, de fato, utilizou larga gama de pessoas e ambientes para confeccionar Sua obra, porém sem burlar o contexto, a cultura e a personalidade de cada indivíduo - o engraçado é que, mesmo assim, o texto se completa. Não há mudanças de planos na narrativa, há uma gradação: tudo começa à partir da Queda do homem e vai se construindo, segundo a vontade de Deus, para a vinda do Messias salvador e continua, profeticamente, até o Apocalipse e a Segunda Vinda de Cristo.

As religiões Do Livro:
Façamos uma análise, talvez com base na Lei de Hess: existem infindáveis religiões no mundo, mas poucas são grandes, resistiram à variações temporais e culturais, como: budismo, hinduísmo, islamismo, judaísmo e cristianismo. O hinduísmo tem como principal fator de sobrevivência o seu caráter proibitivo e restritivo: nascendo hindu e sendo obrigado por lei a continuar hindu, a religião se mantém - além do fato de tal religião estar "isolada", "ilhada" em seu subcontinente, sem sofrer grandes impactos com as mudanças mundiais, devido à fortíssima cultura que a defende. O budismo se expande, como vertente do hinduísmo, pois sua mensagem encontrou, hoje, um solo filosófico e cultural muito fértil - combina com os padrões e anseios da sociedade atual. Essas são as grande religiões do Oriente, provindas da mesma raiz. As outras três, coincidentemente, também se alicerçam em semelhante base: judaísmo, islamismo e cristianismo encontram suas origens em Abraão e Moisés e partilham do mesmo Adão. Dessas três, islamismo e cristianismo são as duas maiores religiões da atualidade, resistem e se expandem, mesmo que seu caráter seja bruto e não combine mais com os anseios e desejos da sociedade atual. Resistem, abertamente, a uma sociedade totalmente avessa aos seus preceitos, no caso, principalmente do cristianismo, há uma guerra interminável contra mídias, governos e ciências, que querem derrubá-lo a todo custo - mas, mesmo assim, prossegue em crescimento - embora em crise.
O detalhe disso tudo é que as maiores e mais importantes religiões da história e da atualidade provém da mesma fonte, do mesmo livro, o que deve nos deixar, no mínimo, curiosos sobre o que faz da Torá algo tão poderoso. Sim, as duas maiores religiões estão no topo não por isolamento, não por possuírem uma mensagem confortável, estranhamente estão ali, mesmo expondo-se e pregando uma mensagem que o mundo não quer ouvir. Sem dúvida, há algo, especialmente nessas duas religiões, que foge da nossa razão humana, que transpassa nossa lógica. Sendo necessário um Criador, logo, uma religião, devemos considerar com um carinho e atenção maior essas duas protagonistas da história humana, pois não são o que são por motivos totalmente explicáveis, não provém da mesma fonte por acaso... não se originaram à partir dos dois grandes filhos de Abraão -Ismael = islã e Isaque = judaísmo e cristianismo-, por casualidade do destino. Usando de sua honestidade, de sua razão, de sua sede pela verdade, eu apelo, leitor, que, no mínimo, considere que, havendo a necessidade de algo nesse mundo fazer parte da Verdade Absoluta, o cristianismo e o islamismo tem posição privilegiada. Não, não eleve qualquer religião tribal ao nível desses dois colossos! Isso é desonestidade, isso é insanidade!! Os tais colossos estão onde estão por mérito e poder! Compreendendo isso, espero que atente para minha análise sobre as religiões, disposta aqui e ao longo do blog e, por fim, compreenda que o cristianismo é A Opção!
Natanael Castoldi

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