De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. 2 Pedro 1:16

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A Menor Religião do Mundo

Estou vivendo um momento mágico, não em termos fantasiosos, mas de uma grande paixão por Cristo, por Deus, que passo a sentir claramente ao meu lado e dentro de mim, próximo como, e sendo, um verdadeiro amigo. Hoje eu sinto, talvez mais do que nunca, que tenho O Criador do Universo como um íntimo companheiro, sim, meu Senhor, mas também um amigo, como já citei. Essa sensação é maravilhosa!! É extremamente gratificante sentir-me em paz com O Onipotente Senhor, sinto-me cheio! De fato, Deus existe e está presente! O que sinto, essa realização que independe de comida, de jogos, de presentes, de roupas, de aparência, não vindo de nenhuma fonte palpável ou com uma razão ou motivo humano observável, só pode vir de Deus, como resultado do tempo e da devoção que tenho dedicado à Ele, não como meras obras, mas como uma transparente e sincera amizade!! Com isso tudo vejo o quanto vale a pena ser cristão, mesmo que tenha que lutar, declarar guerra, contra mim mesmo, mesmo que tenha que me privar de muitas coisas, mesmo que tenha que enfrentar esse mundo e resistir às investidas de um povo e uma terra que odeia meu Senhor, a alegria de sentir O Criador aqui, junto a mim, é maior do que qualquer dor ou sofrimento. Achar-me valorizado pelo Pai, mesmo que eu não tenha valor algum, encontrar a minha identidade, a minha razão de ser e existir, isso me motiva mais do que tudo e, hoje declaro, mais uma vez, mas com mais força do que nunca: eu realmente quero viver exclusivamente para a glória dO Pai!
O que quero transmitir com essa postagem não é só a verdadeira alegria que sinto, mas, com base nessa nova fase de minha vida dizer-te algo que já venho formulando há bastante tempo: chega um ponto na fé cristã que, se você caminha com seriedade e verdadeira entrega, torna-se incapaz de considerá-la uma religião, pois descobre que a verdade vai muito além de ritos e liturgias, resumindo-se em pura e simples comunhão com O Pai, num verdadeiro e constante relacionamento com O Criador, que, desde O Princípio, criou-nos para isso. Por já ter deixado bem claro o que seguirá, vou quebrar, antes do previsto, o enigma do título, fazendo-te uma comum pergunta: "qual a tua religião?" Se você me perguntar o mesmo, eu sei bem o que responder: "Nenhuma! Eu sou cristão." Por isso o cristianismo é "a menor religião do mundo", simplesmente porque não é religião alguma. O cristianismo não é religião! Isso eu afirmo com toda a convicção, mesmo que ao longo de todo o blog eu o tenha considerado, em nomenclatura, como tal, já que é a rotineira e tradicional classificação.
O cético, ou até mesmo o cristão, podem se surpreender com essa minha alegação e, verdadeiramente, eu quero que se surpreendam. Mas, provavelmente, após a surpresa, ambos estão me perguntando: "Qual teu argumento para tal?" Ora, é muito óbvio! O cristianismo principia com uma simples idéia: existe um Universo extremamente complexo, que, sem dúvida, necessitou da mão de um Criador. O primeiro passo do cristão é, reconhecendo a realidade espiritual por detrás de um Universo tão belo e complexo, reconhecendo-a por detrás de um planeta tão assombrosamente perfeito, onde habita uma criatura extremamente misteriosa, de inconcebível constituição, que somos nós, buscar conhecer e se relacionar com O Criador. Simplesmente isso! Existindo O Criador, O buscamos. Isso não é religião, isso é, simplesmente, uma postura congruente com a Verdade observada e experimentada. Há pouco mais de uma hora deparei-me com o dizer de um amigo ateu, sobre o "fato" de o ateísmo se basear no uso honesto da razão, o que segue, vou aproveitar, é a minha resposta, que combina muito bem com o que quero deixar claro nesse princípio de postagem:
"Razão" não tem nada haver com aceitar apenas aquilo que visível, material. "Razão" tem haver com aceitar a verdade óbvia e inquestionável que se sente, se observa e se experimenta. Qualquer cristão sério, que não leva o cristianismo como mera religião, mas como o ato de ser amigo dO Criador, terá, com o passar do tempo, incontáveis EXPERIÊNCIAS sentidas e observadas. Ser racional não é crer que tudo o que existe se resume à matéria, é ir pela lógica de que a casualidade é absolutamente incapaz de produzir um Universo tão perfeito. A razão me diz que Deus é necessário. A razão me aponta para a interpretação da realidade como ela é, não como eu quero que ela seja, e aquilo que eu tenho vivido desde a infância, ao lado de outros cristãos, me faz tornar inquestionável a realidade como presente em Deus. Isso não vem com alucinações e êxtase, mas em momentos de total sobriedade - até porque eu nunca me deixei levar pela emoção e pelo fanatismo. Aprendi a ser cristão e a encontrar Deus começando pelo pensamento, pela razão, pela lógica.
Os ateus acharam-se no direito de definir o que pode ou não ser verdade, de definir o que é ou não "razão", mas desapegado da mente e da vontade de outros, eu te exorto a pensar por conta e compreender o que te aprece mais coerente. "Razão" é, simplesmente, compreender e aceitar a verdade mais óbvia e sóbria, que se pode observar e experimentar, que reflete a realidade como ela, de fato é. Como já tive experiências espirituais e conheço muitas outras pessoas que as tiveram, então a realidade experimentada, pelo que sinto, e observada, pelo que vi, me aponta para a indiscutível existência de um mundo espiritual, que se torna inquestionável quando entendemos, segundo nossas experiências e percepções de vida, que hoje o acaso não está gerando nada, que o caos não está produzindo ordem, que a vida não está vindo da matéria bruta, que seres não estão evoluindo e que, tampouco, as mutações estão sendo benéficas, mas que, na verdade, algo que surge sempre depende de um antecessor semelhante, a organização sempre depende da ação intelectual, a vida somente está vindo de outra vida e toda a reforma ou desenvolvimento de uma obra ou de um ser depende da influência externa de um princípio intelectual - isso tudo, que tem sido observado e experimentado atualmente, não sendo teoria, mas Verdade Absoluta, é inquestionável. Essa certeza é a matéria, a ciência mais concreta e segura que temos para basearmos as Origens do Universo e da Vida, pois, repito, é o que se observa e experimenta. Nossa conclusão mais óbvia, nO Princípio, segundo o que hoje se observa e se vê, é que Deus é necessário, logo, a necessidade e existência dO Criador é algo observado e experimentado, tornando-se, segundo a ciência exige, uma idéia bem mais científica e racional do que o ateísmo existencialista, naturalista. Sim, o ateísmo é inviável pela incoerência, impossibilidade, mas a questão nem é tanto se algo é possível ou não, a questão é tida acerca daquilo que de fato acontece e daquilo que nunca vimos acontecer – este segundo que, matematicamente, pode até ser viável, mas como não acontece, não há evidência, então, tecnicamente, é impossível.
Isso tudo tem o embasamento na mais pura lógica, obviedade e razão, cabendo dentro das leis da física, química, biologia e matemática. Inexistência não é igual à existência, e nunca será; caos não é igual à ordem, e nunca será; vida não é igual à morte, e nunca será; simplicidade não é igual à complexidade, e nunca será; irracionalidade não é igual à intelecto, e nunca será; imoralidade ou amoralidade não é igual à moralidade, e nunca será. São opostos, logo, pela lógica, a existência não pode ter vindo da inexistência, nem a ordem do caos, nem a vida da morte, nem a complexidade da simplicidade, nem o intelecto do irracional e, tampouco, nosso senso moral do amoral ou imoral. Alguém, com a plenitude de tudo isso, obrigatoriamente inseriu-os já em seu nível pleno para, na decadência, originarem-se seus opostos. Deus, repito, é mais científico do que os pressupostos ateístas!!
Joseph Ratzinger, o Papa Bento XVI, afirma no livro "Deus Existe?", noutras palavras, que o cristianismo não é uma religião, mas racionalismo filosófico, sendo praticado não por meio de rituais ou imagens de escultura, típicas do paganismo, mas através do uso do pensamento, da razão. De fato, se você for o mais racional possível, aprofundando-se na plenitude da ciência e da filosofia, chegar-se-á, inevitavelmente, à Deus, como concluíram Einstein, Pasteur, Francis Bacon, Voltaire, Galileu Galilei, Isaac Newton, entre outros, que você encontra no final da postagem "Inegável". Pronto, esse é um ponto fundamental da fé cristã: você reconhece a existência dO Criador e, simplesmente, procura conhecê-Lo. Romanos 1:20.
O impasse agora é: onde está esse "deus", O Criador? Necessariamente no cristianismo?! Eu já utilizei-me de dezenas de argumentos que provam, sem titubear, que o cristianismo é, diferentemente de todas as religiões, a Verdade única e inescapável - leia um pouco em "A Opção", "Por que se opor?", "Inescapável", "Espantosas letras" e "Pandemia". A questão é: existe uma verdade e, provavelmente, essa tal verdade alega sê-la. De todas as crenças você pode contar nos dedos aquelas que, no mundo das idéias e ciências, estão lutando em prol do que pregam (Salmos 139:14-17); você pode contar nos dedos as crenças que afirmam ser a exclusiva verdade (João 14:6; João 8:32), pois a maioria das religiões não vê problemas em aceitar e inserir aspectos doutras em seus rituais, até porque a maioria das religiões que hoje temos são resultado do sincretismo doutras; você pode contar nos dedos as crenças que possuem um sistema teológico organizado e coerente e, passando um crivo mais fino, achar aquela que é a única a possuir um sistema teológico coerente em si mesmo, mas também coerente com a verdade observada e experimentada, uma crença que luta bravamente há milênios no campo das ciências e filosofia, e nunca seu sistema de idéias foi reduzido numa vírgula sequer, pelo contrário, seguiu sempre se constatando e consolidando -Salmos 19:1. O cristianismo é, de fato, algo diferente. Se é para encontrar o verdadeiro Deus, não basta crer em alguma coisa, deve-se creditar em algo que seja coerente e lógico, que entre em concordância com a natureza observada e experimentada, com a realidade que nos cerca. Não há outra opção, sobra apenas o cristianismo. Mas há ainda um outro motivo para ser o cristianismo. O que segue faz parte da última pregação que dei:
Há alguns meses eu fiquei curioso enquanto perambulava num shopping em Caxias do Sul e, sim, entrei numa loja de "bruxaria", por assim dizer. Embora eu não recomende essa experiência a ninguém, eu cresci com o que percebi ali: encontrei peças centrais de todas as grandes religiões, do budismo, do hinduísmo, da Nova Era e espiritismo, das religiões afro-brasileiras... mas não encontrei nada, absolutamente nada, de cristianismo puro e simples, nenhuma Bíblia, nenhum livro cristão, nada!! Isso me fez refletir: numa “caixinha” cabem todas as religiões desse mundo, só não cabe o cristianismo; um ambiente pode resumir e comportar todas as crenças religiosas, mas nele não cabe a fé cristã. Por que isso?! Ora, muito simples: porque todas as religiões desse mundo se fundamentam num mesmo padrão e, logo, podem partilhar do mesmo espaço. Tal padrão se resume em rituais envolvendo matéria palpável -Isaías 44:9-20-, como oferenda a uma divindade totalmente desinteressada e que, distante, precisa ser despertada, ter a atenção chamada, seja por estatuetas, seja por ofertas, para aparecer em auxílio aos seus fiéis. Essas divindades são mercenárias e comerciantes, só trabalhando quando recebem algo em troca, não amando ou se importando de fato com os problemas do ser humano – como vemos na figura do Buda, que está sempre sorrindo, inerte ao sofrimento humano. O fiel, em resumo, pode ativar seu deus "mexendo alguns pauzinhos", consumando rituais místicos, vazios e ilógicos, irracionais, também seguindo cegamente uma série de regras sem fundamento ou, ainda, consumando um ordenado e ritualístico cronograma de culto. Em nenhum desses deuses há um padrão moral excelente, pois eles se vendem, se deixam subornar e não trabalham se não houver sacrifício, esperando o homem chegar-se à eles, para humilhá-lo - Romanos 1:20-25; 1 Timóteo 4:7. Assim, dessa forma, funcionam todas as religiões! Não há necessidade de razão ou lógica, do uso da cabeça, apenas cegueira e fanatismo bastam, o que parece não condizer com a verdade exigida para o Deus Criador, a fonte primária de toda a razão e intelecto humano, a fonte primária de todo amor e justiça!
Se nos basearmos naquilo que define uma religião comum, criada à imagem do homem corruptível, podemos bradar com toda a certeza: nós, cristãos, não temos religião!! O cristianismo não é, nem de perto, um sistema religioso!! Há peculiaridades próprias do cristianismo, que o fazem divergir largamente das religiões falíveis desse mundo:

-Deus, desde a Queda, é Quem vai até o homem, preocupando-Se com ele, preparando, por conta própria, uma maneira de libertar Sua criatura –Gênesis 3:9. No cristianismo Deus se faz criatura e decide viver como um humano, estando nesse mundo caído e padecendo dos mesmos problemas e fraquezas de que padecemos. João 1:14.
-A Bíblia condena veemente qualquer ritual vazio oferecido a Deus. Isso não tem valia nenhuma para Ele. Joel 2:12-13; Salmos 24:3-4.
-Deus não trabalha com trocas, Ele não age apenas quando recebe algo, Ele é proativo e independente! Gálatas 2:16; Romanos 5:19.
-Deus humilhou-se, O Criador permitiu-se surrar e crucificar pela criatura! João 3:16; Isaías 53.
-Deus não se submete à matéria, não depende de madeira, ouro ou pedra, pois Ele foi quem a criou. Atos 17:24-31; Salmos 24:1.
-O padrão moral de Deus é elevadíssimo, Sua postura é perfeita, conforme é a Sua pessoa, logo, Ele não é um deus qualquer, forjado pelo homem segundo a imagem humana, é um Deus independente do homem e muito diferente dele. Creio ser impossível que o homem tenha forjado algo que, além de desconfortável, está além de sua própria compreensão. Mas Deus e Seu padrão moral, estão! Colossenses 3:5-10; Romanos 6:12-14.
Se o cristianismo não é uma religião, como, então, pode ser definido? A partir do momento em que reconhecemos a existência de Deus pela observação da Criação, pela Sua ação em nós e nesse mundo e nutrimos um anseio por estar com Ele, passamos a nos relacionar com O Pai. O cristianismo trata-se do relacionamento íntimo e contínuo da criatura com O Criador, não é uma mera observância de regras e rituais. Se falamos do Deus Vivo, Aquele que tudo fez e que tudo sabe, então falamos de um Deus que não se deixa levar por religiosidade, que não se alegra com rituais ou mera tradição, Alguém que não se equivale a um computador, este que responde a senhas, e nem uma máquina de doces, que, recebendo uma moeda, dá uma balinha em troca, mecanicamente, automaticamente. Deus é uma pessoa viva, intelectual e racional!! Afinal, foi Ele quem nos criou!
Então como chegar-se à Deus? Rituais, cumprimento cego de regras, servidão forçada, exercício de um mero cronograma de culto, a presença apenas de corpo na celebração... Nada disso aproxima de Deus. O Pai não é uma energia cósmica, uma força que se ativa com o ritual e o cumprimento de um cronograma, não! Ele é O Criador, portanto se vê dotado de toda a razão e intelecto, logo, não se contenta com falsidade e hipocrisia. Ele nos criou para um RELACIONAMENTO COM ELE e somente assim, numa relação de amizade com O Criador, é que a obediência às regras e a participação no Corpo de Cristo faz sentido. Veja bem: no cristianismo você não faz coisas para chegar-se à Deus, você primeira chega à Deus e, somente depois disso, faz coisas. Como diz meu pai, noutras palavras: a salvação não se trata de uma jornada de baixo para cima, do homem para Deus, mas é algo que vem de cima para baixo, de Deus para o homem.
Com isso reforço: o cristianismo não é religião!! É apenas o exercício da amizade entre dois seres que existem, você e Deus. Mas nessa história Deus entra como O Criador, perfeitamente justo e bom, por isso é Ele quem está em posição de exigir de você uma postura congruente com a realidade dEle. A obediência entra aqui, pois Ele é amigo e Senhor, mas tal obediência só tem sentido quando, primeiro, você entende que está nutrindo uma amizade sincera com O Pai e que, por amá-Lo, irá servi-Lo de coração. Nada do que Deus te pede para ser e fazer tem valor se for tido como mera obrigação, se não entrar em concordância com o teu coração e com o teu entendimento. É isso que segue nas passagens bíblicas abaixo:
“Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento. De outra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o que ocupa o lugar de indouto, o Amém, sobre a tua ação de graças, visto que não sabe o que dizes?”

João 4:23-24
“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.”

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.”

Deus exige que a tua fé nEle se baseie no espírito, mas também no teu entendimento, na razão, proibindo-te enveredar-se num legalismo, onde você sabe das regras, mas não entende o porquê delas. Um relacionamento com O Pai não pode ser místico, irracional, você precisa compreender a razão e a motivação de tudo o que está fazendo – não existe a história de “fazer por fazer” ou “fazer porque sempre foi feito”, é necessário haver entendimento e razão! Da mesma forma é necessário fazê-lo em “verdade”, ou seja, em concordância com o que está no coração, na alma, ritual hipócrita é o mesmo que nada, como seguirá abaixo:
“E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos.”

Mateus 7:21 e 26
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.”
“E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia”

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniqüidade.”

“Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.”

Parece -e é- até uma ofensa de nossa parte para com Deus crermos que Ele é manipulável e cego, aceitando tranquilamente nossa preguiçosa ou vazia postura. Deus vê teu coração, pois falamos não somente por palavras, mas pelo que sentimos e pelo que fazemos:
"Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e em sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? A obediência é melhor do que o sacrifício, e a submissão é melhor do que a gordura de carneiros.”
 
“Sacrifício e oferta não pediste, mas abriste os meus ouvidos; holocaustos e ofertas pelo pecado, não exigiste. Então eu disse: Aqui estou! No livro está escrito a meu respeito. Tenho grande alegria em fazer a tua vontade, ó meu Deus; a tua lei está no fundo do meu coração.”

Salmos 51:16-17
Não te deleitas em sacrifícios nem te agradas em holocaustos, se não eu os traria. Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás. ”

Salmos 60:30-31
Louvarei o nome de Deus com cânticos e proclamarei sua grandeza com ações de graças; isso agradará o Senhor mais do que bois, mais do que touros com seus chifres e cascos.”

“Passado algum tempo, Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe as partes gordas das primeiras crias do seu rebanho. O Senhor aceitou com agrado Abel e sua oferta, mas não aceitou Caim e sua oferta. Por isso Caim se enfureceu e o seu rosto se transtornou.” – Enquanto Abel ofereceu o seu melhor, que tinha lhe exigido esforço e tempo, Caim parece ter colhido algumas capoeiras no mato, evitando serviço e desgaste, assim dizendo para Deus que Ele lhe valia muito pouco.
Infelizmente, mesmo sabendo disso, constantemente vemos o cristianismo como religião. Como?

-Achando que dar, forçadamente, 15 minutos do dia para Deus fará muita diferença.
-Achando que de toda a semana, 2 horas de culto bastam para saciar o Pai.
-Achando que cantar algum hino com a cabeça em Marte terá grande valor.
-Crendo que orar por orar, com o discurso decorado, terá muito efeito.
O cristianismo não trata-se de algo místico, mágico. Cristianismo não é ritual, é VIDA!
Deus quer ser o PRIMEIRO e ÚNICO em nossa vida! Só O seguimos de CORAÇÃO, quando Ele não é o último em nós!

Malaquias 1:6-8, 12-13
"O filho honra seu pai, e o servo o seu senhor. Se eu sou pai, onde está a honra que me é devida? Se eu sou senhor, onde está o temor que me devem? ", pergunta o Senhor dos Exércitos a vocês, sacerdotes. "São vocês que desprezam o meu nome! " "Mas vocês perguntam: ‘De que maneira temos desprezado o teu nome?’ "Trazendo comida impura ao meu altar! "E mesmo assim ainda perguntam: ‘De que maneira te desonramos? ’ "Ao dizerem que a mesa do Senhor é desprezível. "Na hora de trazerem animais cegos para sacrificar, vocês não vêem mal algum. Na hora de trazerem animais aleijados e doentes como oferta, também não vêem mal algum. Tentem oferecê-los de presente ao governador! Será que ele se agradará de vocês? Será que os atenderá? ", pergunta o Senhor dos Exércitos.
"Mas vocês o profanam ao dizerem que a mesa do Senhor é imunda e que a sua comida é desprezível. E ainda dizem: ‘Que canseira! ’ e riem dela com desprezo", diz o Senhor dos Exércitos. "Quando vocês trazem animais roubados, aleijados e doentes e os oferecem em sacrifício, deveria eu aceitá-los de suas mãos? ", pergunta o Senhor.” – Nesses dias o povo de Israel, juntamente com os sacerdotes, estavam dando para Deus o pior daquilo que tinham, aquilo que não lhes dava custo algum. Quantas vezes deixamos Deus por último no nosso tempo, com nossos recursos, em nosso ser?! Quantas vezes Lhe damos o nosso pior?! Ele não quer que O demos as primícias do que temos e somos apenas por ritual ou obrigação, mas que o venhamos a fazer com sincera devoção, como conseqüência de O amarmos e reconhecermos que o melhor que temos ainda é pouco mediante aquilo que Ele É. Ou melhor, que tudo o que temos, na verdade veio dEle e está sob o Seu controle e domínio.
Deus propõe ser nosso amigo, e, mesmo sabendo disso, continuamos O tratando como inimigo. Como?

-Preferindo a televisão, o sono ou o computador do que um tempo com Ele.
-Relevando mais os estudos do que a celebração ou a vida devocional.
-Desistindo do culto dominical por causa da canseira, do frio, da chuva, do calor.
-Fazendo exatamente aquilo que Lhe desagrada.
-Dando-lhe, como em Malaquias, o pior daquilo que temos.

Deus quer que O amemos, simplesmente! Mateus 22:37.
Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento."

 Mas o que é amor? 1 Coríntios 13:4-7
“O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.
Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor.
O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” Destaque para: “o amor não procura os seus interesses”. Se você ama, de fato, a Deus, não irá procurar pelas tuas vontades e caprichos antes de procurar por Ele, pois os interesses dEle te serão prioridade! Da mesma forma Cristo, nos amando, morreu por nós, pois isso seria –e é- bom para nosso ser, simplesmente por isso!!
Amar a Deus é querer estar com Ele o tempo inteiro, entregando tudo o que possui em Suas mãos! Marcos 12:41-44

“E, estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observava a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitos ricos deitavam muito. Vindo, porém, uma pobre viúva, deitou duas pequenas moedas, que valiam meio centavo. E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro; porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento.” - Deus não quer reinar parcialmente em nós - e não o fará. Ele quer que coloquemos diante dEle -à Sua disposição- tudo, TUDO, o que temos e somos, a plenitude de nosso ser, nada mais e nada menos do que isso.
Amar a Deus não é:
-Tê-Lo apenas como um perdoador de pecados que salva do Inferno.
-Uma fonte de bênçãos e prosperidade.
-Um guarda-costas.
-Um médico, a quem recorro somente quando estou debilitado.
-Uma muleta na qual me apóio para me reerguer, apenas.
Deus não se agrada de interesseiros gananciosos e egocêntricos.

Deus é muito mais! Ele quer ser NOSSO AMIGO!! Ele quer estar do nosso lado, não abaixo de nossos pés!!
-É possível desenvolver uma amizade verdadeira visitado uma pessoa apenas por interesse?
-É possível fazê-lo apenas colocando um bilhetinho por semana na sua caixa de correio dizendo: “eu te amo”?
-É possível desenvolver uma amizade verdadeira sem compromisso, sem tempo e sem entrega?!

Assim como nós dedicamos tempo e recursos para com nossos amigos, devemos dedicar tudo o que temos para a amizade daquele que deu-nos o Seu próprio Filho!

“Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.”
Reflita:

Onde está o seu tesouro?
Mateus6:19:21
“Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam;  mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.  Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.”
24:
Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.” Se você vem antes de Deus em tua vida, então ama a si mesmo e, simplesmente, O odeia, da mesma forma, quando tu te dedica antes a ti do que a Deus, O despreza. É uma lógica simples e não tente argumentar, pois ela foi dura pra mim também.

“Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo.” Você só serve antes a si mesmo se a tua carne te venceu. Você só serve antes a Deus do que a ti mesmo se, por meio dEle, foi violentíssimo e impiedoso contra a tua carne, mortificando-a. João 3:7; Romanos 8:13, 6:11; Romanos 10:9 - "...de todo o coração..."
Queremos Deus pelo que Ele é ou pelo que Ele tem?
Lucas15:12: “Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence.”
Lucas15:29: “te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos” – Na parábola do Filho Pródigo tanto o filho mais novo quanto o mais velho, nalgum momento, ignoram o pai e exigem receber algo de seus pertences. Quantas vezes agimos assim para com o nosso Pai celestial, determinando-O a dar o que Ele tem, mas proibindo-O de reinar absoluto em nossas vidas?!
João6:26-27: “Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou.” – Depois da Grande Multiplicação dos pães e peixes, uma multidão segue Jesus procurando coroá-lo como rei, mas Jesus os dispersa, pois percebe sua postura interesseira. O cristianismo não serve para "encher barriga", não!! Ele não existe para dar ao homem aquilo que ele carnalmente anseia, não! Ele existe pura e simplesmente para nos exortar a procurar construir um relacionamento de profunda amizade e servidão com Deus! O que segue após buscarmos primeiramente o Reino de Deus vai segundo a vontade dO Pai para cada um –Mateus 6:33. Deus não é um meio de conseguirmos o que desejamos, Ele não é um “meio”! Ele é um “meio” e um “fim”: vivemos por Ele e para Ele. Se não vivermos por Ele, não chegaremos à Ele, e se não queremos chegar à Ele, também não viveremos por Ele.
Esse é o cristianismo. Não envolve ritual, nem obras, mas, sim, entrega total, com pleno entendimento, em prol de uma amizade verdadeira com O Criador e, somente à partir disso, virão as necessidades de disciplinas, de moldagem de caráter, de renovação da mente, de mortificação da carne, somente depois disso teremos prazer em, de coração e com entendimento, obedecer e consumar obras, conforme a vontade de Deus. Você percebe como grande parte dos cristãos de nossos dias não estão vivendo o genuíno cristianismo, mas, sim, uma religião como todas as demais, fundamentada no mesmo alicerce ritualístico e irracional? Você percebe como pouquíssimas pessoas buscam em Deus um verdadeiro amigo? Vê como a maioria dos cristãos O procura como um meio, não um meio e um fim? Isso com base em interesses pessoais, em anseios carnais. A igreja da prosperidade, do êxtase, dos mantras, do fanatismo, do legalismo, dos espetáculos pirotécnicos e orquestrais, da ênfase no edifício e nos objetos de madeira, pedra ou ouro, a igreja antropocêntrica e capitalista de nossos dias, não tem nada para com o cristianismo segundo a vontade de Deus. O que primeiramente Deus quer é entrega, devoção e amor, somente isso. Quero que você, leitor, quer ateu, quer cristão ou de qualquer religião, apenas reflita e reformule teus conceitos sobre tudo o que fora explanado aqui. O cristianismo não religião, é relacionamento; o cristianismo não é ritual, é caráter; o cristianismo não é teoria, é prática; o cristianismo não é irracional, é entendimento; o cristianismo não é místico, é sobriedade; o cristianismo não é momento, é o tempo inteiro; o cristianismo não é para você, é para Deus!! É isso e ponto final! Você, sabendo dessas verdades bíblicas, repense como tem sido a tua fé e, com base no que leu, decida se prefere continuar pagão ou se, de uma vez por todas, deseja iniciar uma amizade transparente, sincera e honesta com O Criador. Uma amizade, simplesmente isso! É lógico, não esqueça de que Ele é O Senhor e você, o servo. Que Ele é quem será servido e você, o mordomo. Deus é O Amigo, mas, também, O Grande Rei.
Não poderia terminar deixando de citar o momento atual de nossa humanidade, que está mergulhando de cabeça no islamismo, ateísmo ou no neopaganismo xamânico, mudando rapidamente o cenário tradicionalmente cristão do Ocidente e inserindo-o numa era pós-cristã, onde a fé no Cristo está entrando em crise, em descrédito e, quem sabe, como já acontece no mundo árabe, hindu, comunista e etc, passará a padecer perseguição. Você teme esse cenário? Pois eu já não temo mais, a fé é individual, a amizade é minha para com Deus e isso basta. Confio na soberania absoluta do meu grande amigo, O Senhor dos Exércitos e, assim como fez Daniel mediante a arrogância de Dário -Daniel 6-, seguirei mantendo o meu relacionamento com O Criador, sem relevar ou desesperar-me com as garras mundanas, Deus quer de mim apenas isso, relacionamento e serviço, o resto Ele resolve por mim.
"Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos vimos a sua majestade." 2 Pedro 1:16


Natanael Castoldi


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