De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. 2 Pedro 1:16

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Quem somos?

Eis uma pergunta que a igreja de nossos dias precisa refazer... eis uma pergunta que todos os cristãos contemporâneos devem fazer para si mesmos. O que é ser cristão? Quem é cristão? Todos os que se dizem seguidores do Cristo são, de fato, cristãos?! Essa pergunta eu me faço refletindo sobre a situação da igreja de nossos dias -que digo "igreja" e não "Igreja", pois a Igreja é a noiva de Cristo e o que vejo em muitos lugares é uma igreja pervertendo a sua função original.
Com um movimento de crescimento explosivo, a igreja brasileira tem tomado conta da nação, mas só tem tamanho... uma cenoura na terra é mais profunda do que a igreja nacional, o que é deprimente. É mais difícil arrancar do solo -e por completo- uma única árvore bem enraizada do que colher uma centena de alfaces -sim, estou com a cabeça voltada aos vegetais, mas não releve. O que quero dizer é que é melhor uma só congregação bem fundamentada, do que centenas de focos pseudo-cristãos mergulhados em sincretismo -e misticismo-, Velho Testamento e capitalismo, usando e abusando do nome de Deus, tentando consumi-Lo. A igreja de nossos dias está, abertamente, indo contra o que Jesus pregou e fez na cruz, primeiro tornando a esfera cristã um covil de comerciantes gananciosos e roubadores -João 2:13-16-, maldizendo e profanando o nome do Pai; segundo, restituído o Templo veterotestamentário como Casa de Deus -João 4:19-24-, anulando o véu do Santo dos Santos que Cristo rasgou com Sua morte -indicando o que Ele mesmo disse à mulher samaritana: "agora cada um é a Casa de Deus"-, descrendo na plenitude de Seu sacrifício e, em terceiro, não O adorando em espírito e em verdade, já que a celebração tornou-se um momento de consumo, em que o cristão põe uma máscara de "bom menino" e ativa o linguajar "crentês", exige uma poltrona confortável, um louvor perfeito e uma pregação maravilhosa, para seu próprio proveito, para abastecer seu balde de "água", afim de ter o que beber até a próxima semana, esquecendo-se do que Jesus falou, também à samaritana, sobre "dos filhos de Deus jorrarem incessantes fontes de água", o que exige uma vida contínua, a semana inteira, ao lado do Senhor -João 4:10-14.
Adorar em espírito e em verdade não é aquela adoração -hoje bem comum- à procura daquilo que Deus tem para dar, mas simplesmente à procura daquilo que Deus é! Não como o filho mais velho da parábola do Filho Pródigo, que não queria o pai, mas aquilo que o pai tinha -Lucas 15:29-30. Adorar verdadeiramente não é ter em Deus apenas uma fonte de riquezas, saúde e renome, Ele é muito mais do que isso e, certamente, desconsidera essa postura pagã de culto -oferecer um ritual atrás do favor do ídolo. Não, adorar verdadeiramente não é agredir a esposa em casa e na hora do culto berrar com fervor, enquanto sapateia, tampouco dar metade do salário ao pastor -procurando receber o dobro do Pai, como se a igreja fosse uma bolsa de valores, uma casa de jogos... Ser filho do Rei não dá privilégios consideráveis nesse mundo -materialmente falando! Adorar verdadeiramente é aceitar, constantemente, o domínio de Cristo em sua vida, humilhando-se, quebrantando-se, envergonhando-se diante do grande Eu Sou, fazendo-se literalmente em nada para que Ele possa ser tudo em tua vida! Isso é adorar: como Casa de Deus, viver uma vida de integral devoção e entrega, de constante busca por Cristo e enterrando cada vez mais profundamente o "velho homem". Deus vê o coração e isso fica claro na postagem "A Ofensa". Sim, precisamos, à nível nacional e mundial, mediante uma crescente sociedade descontente com a fé cristã -tida como pós-cristã- e um cristianismo cada vez mais sincrético, veterotestamentário, corrupto e zombador, reaver nossas origens, nossas bases, a razão de nossa existência como cristãos.
O que é, então, ser cristão? Vou responder falando, primeiramente, sobre o que não é ser cristão: no último final de semana eu assisti um filme interessante -e certamente exagerado e tendencioso-, de nome Alexandria (Alejandro Amenábar, 2009), que relata a guerra civil-religiosa que tomou Alexandria nos anos de 355-415 d.C, no qual uma imagem, em especial, me marcou e, ironicamente, me fez rir: durante uma batalha tida entre os pagãos e os cristãos, um escravo cristão, com um pesado bastão em mãos, mata um pagão enquanto fala: "EU SOU UM CRISTÃO!" Até agora me ficou o enigma de tal frase ao lado do ato: ele sabia o que estava falando? Se ele sabia o que estava falando, sabia o que estava fazendo? Pois o que ele disse com a boca, desdisse com o bastão, já que, sendo cristão de fato, não poderia ter agido dessa forma. Essa imagem me fez refletir: Cristo fala que não podemos matar ou agredir os outros (Mateus 5:9-11, 39 e 44), pois Ele os ama como ama a nós, mas o mais pesado dessa história é que Cristo nos pede para amarmos nossos próximos como Ele ama (João 13:34) e, portanto, a definição de amor cristão vai longe o suficiente, na pessoa de Cristo, para fazê-lo maior e mais forte do que a morte - sim, o cristão deve amar mais ao seu irmão do que a sua própria vida, submetendo-se, servindo-o e fazendo-se menor do que ele -Filipenses 2:3-4. O grande problema dos "cristãos" de hoje perante o mundo secular é que estão em dois extremos: de um lado a aceitação total do pecado, sem mudança de vida, sem temor perante Deus, pervertendo a verdade do Pai em mentira (Romanos 1:25) e do outro um repúdio violento e opressivo -além de hipócrita- contra os pecadores -que, na verdade, somos todos nós-, tomando, quase que literalmente, bastões nas mãos para golpearem a oposição -fazendo-o aos gritos e com vocabulário pesado, sem fundamento nenhum na verdade cristã ou na sabedoria. Enquanto gritam -com um pouquinho de razão-, por exemplo, contra o avanço homossexual, acusando-os de coisas que eles, como não-cristãos, nem compreendem, fazem como o cristão citado no começo do parágrafo fez: afirmam seu cristianismo, mas em seu ódio e violência, dizem o oposto. É claro que não devemos ficar passivos mediante o incorreto, também não quero estimular a frescura, mas convenhamos, o conceito de Mateus 7:3-5 é bem lógico: se tu acusa, com alguma arrogância, o outro, então, instantaneamente, é um hipócrita, já que tua postura também o leva ao erro.
Ser cristão, portanto, é amar o próximo mais do que a si mesmo, em palavra e em ação, fazendo como fez Cristo, que conseguiu amar os judeus que com ódio o mandaram para a cruz e os romanos que, talvez com o prazer de guerreiros sanguinários, o surraram violentamente, esmagando-o, rindo-se dele e pregando-o na tal cruz -Lucas 23:34. Eis, então, a característica fundamental dos seguidores de Cristo, que, sendo cristãos -"pequenos cristos", ou melhor, "cópias de Cristo"-, devem exercer: o amor em toda a sua plenitude, pois é pelo amor que os incrédulos nos reconhecerão e, vendo algo diferente em nós, vendo  na família acolhedora que constituímos a derradeira esperança para aniquilar as trevas, o sofrimento e a confusão de uma vida sem Deus, recorrerão a nós e, logo em seguida, à Jesus, que nos faz ser como Ele -João 13:34-35. Esse amor deve nos impedir de julgar por julgar, de fazê-lo com ódio e sem o intuito de proteger e ampliar a fé cristã, esse amor deve nos impedir de agredir de uma forma ou outra nossos próximos -é claro, não se deve levar em conta os fingimentos e vitimações forçadas da parte de alguns que odeiam a fé cristã-, esse amor deve fazer-nos humilhar perante nosso irmão, curvando-nos aos seus pés para os lavar -João 13:14-15. Ser cristão é, em ato de humildade, esvaziar-se de si mesmo e deixar-se encher e transbordar de Cristo (João 7:38), pois se a casa, ou melhor, nossa vida, estiver cheia de nós mesmos, de nossos prazeres e riquezas, não haverá espaço para Jesus, que não arromba portas, apenas bate (Apocalipse 3:20), esperando ser recebido, não querendo partilhar espaço com outro senhor, que não seja Ele -Mateus 6:24. Sejamos vasos de honra (Romanos 9:23), cheios de Cristo, não vasos de ira (Romanos 9:22), cheios de nós mesmos -inimigos de Deus-, sim, sejamos de Cristo, mas reconhecendo que ainda continuamos sendo apenas barro - 2 Coríntios 4:7.
O passo mais importante, depois, é claro, de aceitarmos o governo e a habitação de Cristo em nós, é amar e, com esse amor, aliado à pregação do Evangelho, cumprir a Grande Comissão (Mateus 28:19-20), mas ainda há outro passo que deve ser dado: o da santificação. Atualmente a palavra "santo" perdeu seu sentido original, significando "muito puro", mas, na realidade, significa "separado". Isso não quer dizer que o cristão não deve buscar a pureza conforme busca ser santo, porém, o fato é que, como seguidores de Cristo num "mundo que jaz do Maligno", somos homens separados, diferentes, com um código de conduta à parte da regra geral, com deveres maiores, com promessas melhores e, como Igreja, representantes do verdadeiro Rei do Universo, a quem servimos. A questão é que o termo "santo", com seus dois significados, acaba significando apenas uma coisa, pois, ser "separado", "diferente" do mundo secular, é não fazer o mesmo que os mundanos fazem, ou seja, é estar longe da perversão, das orgias, do adultério, dos vícios, da violência, da ganância, da arrogância... é ser aquilo que o homem, de modo geral, não é e, portanto, é ser o mais próximo possível daquilo que o homem originalmente deveria ter sido - da mesma forma, não tem como ser "puro" sem ser "separado". Sim, temos que ser santos simplesmente porque sem santidade ninguém é cristão, basta reobservar a citação do filme Alexandria: se eu me digo seguidor de Cristo e vivo em adultério, com a palavra falo o oposto do que digo com meu corpo e, logicamente, o que o corpo faz, com o aval de nossa consciência, indica o que somos, por exemplo: se eu disse que sou assassino, não quer dizer que eu o seja, pois só o seria se eu tivesse matado alguém e, não tendo-o feito, não importa o que eu fale, não o sou. Quem vive deliberadamente em pecado, na imundícia do mundo, pode dizer-se cristão, mas não é, pois, da mesma forma que a natureza do assassino é o assassinato, a natureza do cristão é a santidade!! É óbvio que quem de fato ama a Deus, buscará ser como Ele quer -Marcos 12:30.
A questão aqui é que só pode ser separado do mundo aquele que se entrega à Cristo, "o primeiro que veio do Céu", que, logo, não é desse mundo e que, portanto, foi avesso à realidade mundana -1 Coríntios 15:45-47. Só permitindo que o Espírito Santo molde nosso caráter segundo o caráter daquele que veio do Céu, e não da terra, é que realmente poderemos ser santos, portanto, essa separação, a graça imerecida de termos nossa natureza espiritual renascida em Cristo -João 3:7-, não pode ser iniciada por nossas próprias forças, realizada por nossas mãos, de matéria humana e com matéria humana, pois tudo o que não é de Deus, tudo o que não vem de Deus, não é santo e, logo, não pode nos aproximar dEle, apenas Aquele que é do Pai e que O agrada e satisfaz pode, vindo até nós, respondendo à nossa vontade, nos fazer chegar até o Santo Criador e fazer-nos parte de Sua família. Ouvi algo interessante há uns dias atrás: nós não agradamos a Deus, apenas Cristo O agrada, logo, somente Cristo em nós pode fazer-nos um "sacrifício santo e agradável ao Pai" -Romanos 12:1. É interessante como tudo isso é obra do Altíssimo, nós temos apenas que pedir, nos arrependermos e humilharmos, para que Ele trabalhe em nossas vidas e nos justifique,  colocando a imagem de Seu perfeito Filho em nós para que, mesmo pecadores, sejamos, aos Seus olhos, puros e imaculados - o Filho, como humano e rei, nos representa, nos dá o direito de chegarmos ao Pai no Seu nome, Jesus, e, logo, com a Sua autoridade, aliás: Ele próprio, como nosso mediador, é quem intercede por nós perante O Senhor, pois Ele nos comprou para Si e cobriu-nos com Seu próprio sangue, livrando-nos da morte pela morte -morreu a nossa morte para vivermos a Sua vida- e, portanto, hoje Ele responde por nós. Como vasos nós apenas pedimos para o Oleiro fazer o que deseja conosco e Ele, então, nos desmancha e pode nos moldar segundo a Sua vontade - só nosso Criador pode mudar nossa natureza, Isaías 64:8. Mas isso não quer dizer que ficamos passivos nessa história!
A leitura dos Livros Proféticos e, principalmente, das cartas paulinas, nos mostra que santidade é algo que nós devemos buscar e, para tal, Deus, reconhecendo a nossa busca, nos auxiliará. O livre arbítrio continua funcionando plenamente: Deus não irá te forçar a fazer o que tu não quer, pois teu destino é tu que escolhe, então, tanto a decisão de ser separado para Cristo uma primeira vez, quanto a manutenção dessa decisão, são frutos de tua decisão! Você que escolhe não se misturar maliciosamente aos mundanos e praticar os pecados que eles praticam, você que escolhe se disciplinar para vencer pensamentos e impulsos pecaminosos que tentam te dominar, VOCÊ! Deus disse algo acerca disso que deve, sim, nos deixar perplexos, pois o dito é simples, mas nos compromissa grandemente: "sede santos porque Eu sou santo" -Levítico 19:2. Devemos ser santos simplesmente porque o Deus a quem seguimos é santo! Caso contrário, não somos os seus seguidores, mas do outro, a quem, então, nos pareceremos mais -2 Pedro 2:19. Romanos 1:21-32 nos dá uma longa lista de pecados e termina com um alerta aos cristãos: "Os quais, conhecendo a justiça de Deus, não somente as fazem, mas consentem com que as fazem." Mateus 5:8 é simples e derradeiro ao dizer que só os de coração puro verão a Deus. Também vale a pena citar 1 Coríntios 6:9-10: “Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.” Leia também 1 Coríntios 10:20-22. A questão é: o "sim" para Cristo não é um "sim" parcial, a entrega é integral, completa, toda a plenitude do ser se lança aos pés Salvador e passa a ser aquilo que seu Senhor, seu Dono, quiser que seja -Mateus 5:37 e 48. Devemos buscar a perfeição, pois nosso Pai é perfeito - e somente deixando o Pai ser completo em nós é que isso é possível! É aqui que entra a santidade: diferentes do mundo, o mundo nos odeia! 
A Bíblia é lógica ao afirmar que, se amamos o mundo e o mundo nos ama, então não somos de Deus -João 15:19. Para ter uma compreensão mais completa dessa questão, concebendo que somos verdadeiramente livres das garras viciantes e mortais do "presente século", leia Filipenses 2:15 e Romanos 12:2. João 8:32 só faz sentido se formos santos!! O alerta para os cristãos que, uma vez limpando a "casa" para Cristo habitar, deixam de fazer uma "faxina periódica" (João 13:6-10), entupindo-a, gradativamente, com os objetos de sua idolatria -vaidade, riqueza, sexo...-, é que não tarda e expulsarão Jesus de sua vida, pois Ele não terá mais lugar nela - vide Hebreus 6:4-6, 10:26-27; 2 Pedro 2:20-22; João 15:1-10.
O cristão é assim: caminha em amor para com Deus e com os próximos e vive na busca de santidade, separando-se cada vez mais da realidade mortalmente mundana, por amor a Deus e Sua vontade e também por amor aos irmãos na fé e incrédulos, para que vejam Cristo na sua vida e O procurem ou fortaleçam-se nEle. Aqui entra a Grande Comissão, que inibe o comodismo de muitos "cristãos", ao pensarem que se "isolar do mundo" é não ter que se comprometer com os pobres, com os devassos, com os doentes - e pecadores em geral, pois o temos que fazer é exatamente isso: curar enfermos, expulsar demônios e proclamar o Evangelho. Para proclamar o Evangelho temos de adentrar territórios onde ele é desconhecido ou mal compreendido, mexendo com demônios e incrédulos; para expulsar demônios temos que entrar em contato com endemoninhados, ou seja, prostitutas, drogados, travestis, presidiários... e para curar os enfermos, precisamos adentrar áreas pobres, hospitais, asilos... Sim, temos de estar no mundo sem ser do mundo! Ora, O Mestre andou com prostitutas e homens corruptos, curou enfermos e expulsou demônios - estava com o povo, mas não era como o povo!! Ele os amou, os aceitou, os tratou, mas exigiu mudança de vida -João 8:1-11.
É aqui que entra uma das mais nobres funções da Igreja: ela deve, sim, ter lugar para aceitar, da forma como chegam, todos os tipos de pecadores, sejam os mais devassos, sejam os mais viciados, sejam os mais violentos. A Igreja deve ter um lugar, uma poltrona para que todos possam ser recebidos sem serem julgados, sem serem perseguidos, pois, pense nisso, para o drogado em depressão ir para a tua igreja pode ser a sua última tentativa, a sua última esperança, e não ser bem recebido ali pode fazê-lo desistir, de uma vez por todas, de continuar vivendo. Os cristãos precisam parar de selecionar quem deve ou não ir para suas igrejas, pois todos somos humanos e merecemos o mesmo destino e, por sinal, muitos "cristãos" estão para ir exatamente para o mesmo lugar, o mesmo Inferno, que o pior dos incrédulos -que talvez não seja tão terrível quanto o mentiroso e hipócrita "cristão de domingo". A IGREJA PRECISA TER ESPAÇO PARA TODOS, pois Cristo veio para os doentes (Marcos 2:17) e os que O procuram, provavelmente, querem se libertar do mal que os aprisiona. Sejamos amáveis e os recebamos com alegria! A Igreja precisa dar a resposta que todos têm buscado nesses dias difíceis! Ela precisa dar uma resposta de vida, uma resposta cristã aos que não tem esperanças!! 
Agora entra uma questão derradeira de nossa fé: devemos aceitar todos, mas não faz sentido que apenas participem das celebrações, mas não mudem de vida, pois Deus não quer ritual, Ele quer uma entrega completa e integral a Cristo e isso só é possível com mudança de vida. É aqui que como testemunhas (Atos 1:8), embaixadores (2 Coríntios 5:20), perfume (2 Coríntios 2:15-16), corpo (1 Coríntios 12:12) e noiva (Apocalipse 21:9) de Cristo devemos dar o exemplo: estimulando, através de nossa vida íntegra, a mudança da vida dos novos convertidos e tendo moral para orientá-los para tal. Se nós formos culpados da desistência, da queda de um pequeno na fé, devido à nossa postura libertina ou legalista demais, pagaremos caro!! Essa falta de amor por Deus e pelo próximo é um crime pesadíssimo! Mateus 18:6.
Agora repito as perguntas do começo: o que é ser cristão? Quem é cristão? Todos os que se dizem seguidores do Cristo são, de fato, cristãos?! Ser cristão é crer e ser propriedade de Cristo, esvaziando-se de si mesmo e deixando-se encher e usar pelo Filho para aquilo que Ele quiser, ser cristão é ser discípulo, seguidor e representante de Jesus, logo o cristão é um indivíduo separado, alguém santo e parecido com o Messias. Cristão é todo aquele que decide que seu prazer e as riquezas desse mundo não têm relevância perto da nobre missão de servir o Poderoso Deus - ele se faz em nada para que o Pai faça tudo o que quiser com ele, se busca, busca muito pouco para si, pois não tem grandes ambições, já que há uma Causa maior pela qual viver. Ele é honesto e bondoso com todos, por mais que não se sinta à vontade com alguns... isso porque ele tenta amar seus próximos, assim como Cristo o amou primeiro, e tenta aceitá-los  do jeito que são, pois Jesus também, um dia, o aceitou. Mas isso não significa que o cristão não se preocupa com a vida dos incrédulos: ele tenta levá-los, pelo exemplo e pela palavra, ao conhecimento do Salvador e os exorta a mudar de postura. O cristão, porém, não é apenas pelos outros, ele também busca conhecimento bíblico e intimidade com Deus, para crescer na amizade com o Criador e ser melhor transformado por Ele e, também, para defender a fé cristã num mundo que a odeia e difama. Esse é o verdadeiro cristão!! Esse, de fato, ama a Deus e ao próximo! E, com base nisso, posso responder que nem todos que se dizem cristãos o são de fato, não digo que todos devam ser perfeitos para o serem, mas muitos são o completo oposto e, logo, não tem nada pra com Cristo, aceitando, abertamente pela postura e provocação, a inimizade com Deus. Pense nisso quando for à igreja, quando estiver no local de trabalho, em casa ou em qualquer lugar. Ser cristão é ser a "casa" de Deus o tempo todo e em todo o lugar (1 Coríntios 3:16)!!
Precisamos, definitivamente, voltar à essência da fé cristã, pois certamente, dessa forma, teremos poder para mudar positivamente o mundo. Você consegue imaginar indivíduo mais benéfico para a sociedade do que um cristão verdadeiro? É disso que o mundo precisa, é disso que a igreja precisa!! Abramos mão do comodismo cristão, do cristianismo meramente teórico, do sincretismo!! Tomemos uma atitude, nos rebelemos contra o sistema imperante, sejamos a diferença!!! Isso sim Deus honrará! Sejamos verdadeiramente loucos -ou santos, separados-, como Cristo foi!!! Se o mundo nos odeia por sermos servos de Deus, o façamos odiar ainda mais -por esse motivo! Assim, como casa alicerçada na rocha, a Igreja se fortalecerá e crescerá lentamente, mas será inabalável! Mateus 7:24-27. Protestantes: protestemos! Nos levantemos contra o anticristianismo que tem tomado conta de muitas igrejas de hoje e nos ergamos em oposição à esse mundo!! Purifiquemos "dentro" e transformemos "fora", para que o mundo mude e o Corpo se expanda!! Essa é a nossa missão e é para isso que vivemos. Leve em conta Mateus 5:13-16 e, principalmente, Mateus 6:19-23. Onde está o "teu tesouro"?!
Natanael Castoldi

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